O Brasil registrou o primeiro caso local de cólera após 18 anos, especificamente em Salvador, Bahia, sem que houvesse contato com outros casos ou viagens para áreas endêmicas. A última incidência local havia sido notada entre 2004 e 2005 em Pernambuco, com apenas casos importados registrados desde então. Segundo o Ministério da Saúde, este é um marcador significativo na vigilância de doenças diarreicas agudas (DDA).

A cólera, provocada pela bactéria Vibrio cholerae dos sorotipos O1 ou O139, tem como principal sintoma uma diarreia intensa, que pode ser comparada à “água de arroz”. Cerca de 75% dos infectados são assintomáticos, enquanto 10% a 20% podem desenvolver formas graves da doença, que exigem intervenção médica imediata devido ao risco de complicações severas, como desidratação extrema e choque, podendo levar à morte se não tratada rapidamente.

O período de incubação do Vibrio cholerae varia de algumas horas a cinco dias, e a transmissão se dá principalmente por ingestão de água e alimentos contaminados, além de contato pessoa a pessoa. Alimentos como mariscos, peixes e algas, se consumidos crus ou mal cozidos, também são veículos comuns para a bactéria, especialmente em áreas com saneamento precário.

As estratégias de tratamento para a cólera enfocam na reidratação rápida do paciente, seja por soluções orais ou intravenosas, dependendo da gravidade. Em casos mais leves, a reidratação oral é suficiente, mas casos graves podem necessitar de fluidos intravenosos e antibióticos para reduzir a duração dos sintomas e prevenir a transmissão da doença.

Atualmente, as vacinas contra a cólera são recomendadas principalmente para residentes de áreas endêmicas ou durante crises humanitárias e surtos, complementadas por práticas rigorosas de higiene e acesso seguro a água e alimentos. A prevenção eficaz da cólera também está intrinsecamente ligada à melhoria das condições de saneamento básico.

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DRA. RENATA BERANGER
MÉDICA INFECTOLOGISTA
CRM 52.71730-4
RQE 36746